domingo, 18 de novembro de 2018

De mãos dadas

Embora as vezes me sinta
sei que não estou sozinha ,
embora a tristeza me espante ,
sei que ela não e só minha.
Comigo estão as mães dos diferentes,
dos meninos negros ,
dos meninos índios,
dos que sabem que qualquer maneira de amor vale a pena ,
que qualquer maneira de amor vale amar .
Embora esteja me sentindo sozinha ,
comigo estão os que ontem lutaram por mim,
os órfãos da tortura e da barbarie,
os poetas e cantores que resistiram através da arte,
apesar da dor,
apesar da censura,
apesar do pesar .
Embora me sinta só,
voz solitária e dissonante
em meio aos que bradam certezas e vociferam suas “ditas” verdades,
sei que não estou só ,
junto a mim  os que acreditam ,
nas flores vencendo o canhão ,
no poder da palavra,
da educação ,
Maria Ísis


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