terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tocando em frente ( 🎶 ando devagar porque já tive pressa....🎶)

Ela sabia que teria que decidir e embora soubesse, isso não amenizava o peso da sua decisão . Aliás, quem disse? Ela poderia simplesmente fugir, ou fingir que não ouvia o telefone . O telefone estava mudo, mas com certeza tocaria.
O fim de tarde sempre era um bom momento para pensar, talvez o momento fosse propício para isso. E então ela liga o som, bem alto, seria para aquietar seus pensamentos?
Retoca a maquiagem, batom e um café, o café esfriou. 
Tantas vezes pensou em ir mas desistiu diante do medo, medo da vida, medo do desconhecido, medo da dor. Engraçado temer a dor diante do sofrimento , parece ironia.
Diante de tanto medo ela se questionava se temia a si mesma ou aos seus instintos, aqueles que mantemos aprisionados para não nos assustar.
O telefone toca tão alto que ela se assusta , era engano, procuravam em tal de Claudio, ela nem conhecia nenhum Cláudio,na  sala vazia somente ela e suas dúvidas. 
Poderia desmarcar, dizer que não ia, que tinha um compromisso.... É certo que não havia planejado nada, as coisas foram acontecendo meio sem querer, parecia brincadeira, brincadeira de criança  em adultos é sempre coisa séria.... Será? 
Um olhar  pela janela e o pardal  voando parece invadir seus pensamentos, a alegria do pardal, sua liberdade alada... Ela pensou em suas próprias asas, onde estariam? Hoje parecia só ter raízes , alguém nasce sem asas?
Sorriu , lembrando do primeiro olhar que trocaram , nem imaginava que causaria tanto pânico , as mãos que se tocaram a primeira vez e depois passariam a se procurar.
Por que não ir?  Por que tanto medo? Por que era tão difícil tornar a decisão mais leve? Talvez nem fosse para sempre.... Aquela velha estória de que " pra sempre sempre acaba ".
E o coração saltava forte a medida que o tempo passava , este mesmo tempo que ao passar cobra por nossas decisões. 
O telefone tocou, conforme previsto. O coração saltou, o imprevisto... E a decisão a ser tomada agora.
Ela atendeu o telefone calmamente , já não tinha dúvidas , um coração cheio de certezas decidiu. Retocou o batom, fechou a porta, apagou a luz, nem olhou pra traz, agora Iria em busca do que  a faria feliz! 
M Isis 

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